Custo da cesta básica em Ilhéus manteve-se inalterado, segundo pesquisa

Tomate representa a menor redução do ano em Ilhéus
JBO

 

O custo da cesta básica na cidade de Ilhéus manteve-se praticamente inalterado, aumento de 0,51%, de R$234,78 em agosto passou para R$235,97 em setembro (Tabela 1). O aumento de (6,09%) no preço do açúcar foi o que mais influenciou na alta do custo. Os outros produtos que apresentaram comportamento semelhante foram: banana (5,00%), leite (3,74%), farinha (3,11%) e carne (2,41%).

Já o preço do feijão baixou (-7,56%), passou de R$5,29 em agosto para R$4,89 em setembro. Comportamento de baixa foi observado também nos seguintes produtos: óleo de soja (-4,23%), arroz (-3,88%), manteiga (-2,83%), pão (-2,34%), café (-0,57%) e tomate (-0,51%).

O aumento no custo da cesta básica proporcionou uma queda no poder de compra em setembro, comparativamente ao mês de agosto. O comprometimento do rendimento líquido que era 37,64% em agosto, passou para 37,83% em setembro, tomando-se como referência o salário mínimo líquido de R$ 623,76 – descontando 8% de contribuição previdenciária do salário bruto de R$ 678,00. O tempo despendido para um trabalhador com remuneração de um salário mínimo, para adquirir todos os produtos da cesta básica passou de 76 horas e 10 minutos em agosto para 76 horas e 34 minutos em setembro (Tabela 2).

Para uma família composta de quatro pessoas (dois adultos e duas crianças, em que duas crianças equivalem a um adulto), o custo da cesta básica para seu sustento, durante o mês de setembro, atingiria o valor de R$707,91, equivalente a aproximadamente a 1,04 vezes o salário mínimo bruto de R$678,00.

Ao analisar os últimos seis meses, verifica-se que houve redução no custo da cesta básica em Ilhéus em (-9,66%), sendo que nesse período, o produto com maior queda de preço foi o tomate (-51%), enquanto a banana sofreu a maior elevação (10,53%).

Nos últimos 12 meses o custo da cesta básica, em Ilhéus, aumentou (2,33%), a farinha foi o produto que apresentou maior elevação de preço (130,87%), e o tomate a maior redução (-49,48%).

Em Itabuna o custo da cesta básica em setembro diminuiu (-9,88%), passou de R$229,67, no mês de agosto, para R$206,98 (Tabela 1). A queda no preço do tomate de (-32,89%) foi o que mais influenciou no comportamento do custo da cesta. Banana (-28,69%), feijão (-14,25%), leite (-12,55%), arroz (-9,42%), açúcar (-3,87%), carne (-3,12%), farinha (-2,74%), café (-2,57%) e óleo de soja (-1,37%) foram os produtos que também apresentaram queda de preço .

Já o preço da manteiga aumentou (18,08%), passando de R$14,31 em agosto para R$16,89 em setembro. Comportamento de alta foi observado também no preço do pão (5,10%).

A redução no custo da cesta básica em setembro implicou em aumento no poder de compra do trabalhador comparativamente ao mês de agosto. O comprometimento do salário mínimo líquido passou de 36,82% em agosto para 33,18% em setembro.

O tempo despendido pelo trabalhador para adquirir os produtos da cesta passou de 74 horas e 31 minutos, em agosto, para 67 horas e 08 minutos em setembro.

Em Itabuna, no mês de setembro, o custo da cesta básica para o sustento de uma família, composta de quatro pessoas (dois adultos e duas crianças, em que duas crianças equivalem a um adulto), atingiu o valor de R$620,94 correspondendo aproximadamente 0,91 vezes o salário mínimo bruto de R$678,00.

Nos últimos seis meses, observa-se queda no custo da cesta básica em (-21,99%) em Itabuna. O tomate foi o produto que registrou a maior queda de preço (-65,68%) e o pão a maior alta de preço (11,96%).

Com relação à variação anual do custo da cesta básica em Itabuna, houve redução de (-9,70%). Durante esse período, o tomate apresentou a maior redução (-56,73%) e a farinha a maior elevação de preço (82,05%).

Os períodos de safra e entressafra foram determinantes para as oscilações da oferta dos produtos agrícolas no mercado, e, consequentemnte nos níveis de preço. Acrescentam-se também oscilações climáticas, estoques dentre outros que também influenciam nas cotações desses produtos.

 

 

A queda no preço do óleo de soja foi devido à queda na demanda e porque no mercado há produtos substitutos quase que perfeitos para esse item.

As fortes chuvas que atingiram a plantação do feijão nas regiões Nordeste e Centro-Oeste do país, provocaram queda na produção da safra e, consequentemente, escassez do produto para o consumidor final, levando à redução do preço desse produto.

As boas condições das lavouras do tomate resultaram em maior rendimento no período de colheita, gerando aumento da oferta e redução do seu preço no mercado.

A grande quantidade de café disponível no mercado diante da demanda estável contribuiu para a diminuição no preço do grão.

A safra favorável na produção do arroz em uma das regiões produtoras – Mato Grosso – elevou os estoques nacionais do cereal para comercialização favorecendo a redução no preço do produto.

Comparando-se os dados de Ilhéus e Itabuna à capital baiana, verifica-se queda no preço da cesta básica no mês de agosto (-0,84%). O produto que provocou essa redução foi o óleo de soja (-16,92). Em Ilhéus e Itabuna observou-se comportamento semelhante em setembro, queda de (-1,37) e (-4,23), respectivamente.

Diante dos dados analisados no projeto ACCB/UESC, percebe-se como disposto na Constituição Brasileira de 1988, que o salário mínimo deveria atender às necessidades vitais do trabalhador e de sua família. No entanto, não é observado isso para o trabalhador assalariado. Ademais, com o poder de compra reduzido, o trabalhador enfrenta limitações na aquisição de alimentos, comprometendo a condição nutricional de toda a família. Dessa forma, políticas públicas mais eficazes para garantir esse direito são relevantes para alcançar maior justiça social.